Data: 06/02/2025
O microbioma intestinal é considerado um complexo ecossistema de microrganismos que influencia diretamente a digestão, a absorção de nutrientes e a imunidade, além de ser essencial para a manutenção de um ambiente intestinal equilibrado. Em muitos casos, fatores como dieta, manejo e ambiente podem impactar significativamente sua composição, tornando o tema indispensável para quem busca otimizar os resultados em sistemas de produção animal. Neste conteúdo, abordaremos a relevância do microbioma intestinal, cuidados com desequilíbrios e como estratégias nutricionais avançadas podem potencializar a saúde e o desempenho animal.
Tópicos:
- ● O papel do microbioma no metabolismo, na absorção de nutrientes e na defesa contra patógenos
- ● Desequilíbrios no microbioma intestinal e seus efeitos na produtividade
- ● Probióticos e prebióticos na modulação da microbiota intestina
- ● Soluções nutricionais para otimizar a saúde intestinal e o desempenho
O papel do microbioma no metabolismo, na absorção de nutrientes e na defesa contra patógenos
A microbiota refere-se aos microrganismos que estão presentes em espaços, como o intestino, e inclui vírus, bactérias, fungos e protozoários. Essa população microbiana coloniza locais específicos e interage com o organismo hospedeiro, já o microbioma se refere ao conjunto de material genético desses microrganismos e suas funções no ambiente.
No trato gastrointestinal (TGI) dos suínos, assim como nos humanos, a microbiota desempenha um papel fundamental no metabolismo ao auxiliar na degradação de compostos complexos, como fibras e polissacarídeos, por meio da fermentação, liberando ácidos graxos de cadeia curta que são utilizados como fonte de energia pelo hospedeiro. Além disso, a microbiota contribui para a absorção de nutrientes, sintetizando vitaminas do complexo B e K e melhorando a biodisponibilidade de minerais essenciais, como cálcio e magnésio.
Os microrganismos presentes no intestino desempenham funções essenciais no suporte às atividades nutricionais, fisiológicas e imunológicas dos animais, contribuindo para o equilíbrio e a funcionalidade do organismo (Lee e Mazmanian, 2010; Brestoff e Artis, 2013).
No que diz respeito à defesa contra patógenos, a microbiota intestinal atua como uma barreira natural, competindo por nutrientes e espaço com microrganismos patogênicos, além de estimular a produção de muco e peptídeos antimicrobianos pela mucosa intestinal. Por outro lado, diversos fatores, como dieta, idade, estresse e ambiente, influenciam diretamente a diversidade, a composição e a função dessa comunidade microbiana intestinal, impactando a saúde e o desempenho dos animais.
Desequilíbrios no microbioma intestinal e seus efeitos na produtividade
Esse conjunto de microrganismos benéficos regula a digestão, protege contra patógenos e promove a absorção eficiente de nutrientes. No entanto, diversos fatores podem alterar essa harmonia, causando prejuízos significativos ao metabolismo e à produtividade.
Entre as causas mais frequentes de desequilíbrio estão lesões na mucosa intestinal, deformidade dos vilos, deficiência nutricional e o estresse, que por fim comprometem a integridade da barreira intestinal, abrindo espaço para a proliferação de microrganismos patogênicos, que geram inflamações e dificultam a eficiência alimentar (Guamán et al., 2017).
Nos sistemas de produção intensiva, como em aves e suínos, esses desequilíbrios podem levar a perdas econômicas significativas devido à redução no ganho de peso, maior susceptibilidade a infecções e aumento da mortalidade.
Probióticos e prebióticos na modulação da microbiota intestina
A saúde intestinal é fundamental para o desempenho dos animais de produção, e probióticos e prebióticos desempenham um papel central nesse contexto.
De acordo com análises (Reid et al, 2003), os probióticos são definidos como organismos vivos que, quando consumidos em concentrações apropriadas, promovem benefícios significativos à saúde do consumidor. Eles atuam na regulação da microbiota intestinal, produzindo substâncias antimicrobianas, competindo por sítios de ligação e estimulando o sistema imunológico.
Conforme descrito por Gibson & Roberfroid, prebióticos são componentes alimentares não digeríveis que beneficiam o organismo hospedeiro ao estimular, de maneira seletiva, o desenvolvimento e a função de determinadas bactérias benéficas no intestino, contribuindo para a melhora da saúde intestinal. A aplicação de prebióticos, por sua vez, promove o crescimento seletivo de bactérias benéficas, melhorando a integridade das células intestinais e inibindo a adesão de patógenos à mucosa intestinal. Essa ação contribui para a formação de uma barreira protetora, reduzindo o risco de infecções gastrointestinais e otimizando a absorção de nutrientes.
Além disso, os prebióticos têm se destacado como uma alternativa natural aos antibióticos promotores de crescimento em animais, contribuindo para uma digestão mais eficiente, aumento do ganho de peso e melhor conversão alimentar, sem os efeitos colaterais associados ao uso de antibióticos.
Soluções nutricionais para otimizar a saúde intestinal e o desempenho
A manutenção de uma microbiota saudável e funcional é um dos principais objetivos das estratégias nutricionais voltadas para animais de produção. Após compreender os desafios que o desequilíbrio do microbioma pode causar, a aplicação de ingredientes funcionais, como as proteínas hidrolisadas, oferece soluções práticas e eficientes para superar essas barreiras.
As Proteínas Hidrolisadas presentes no portfólio BioActio são formuladas para facilitar a digestão e proporcionar energia rapidamente, auxiliando na manutenção da saúde intestinal, promovendo um ambiente mais estável e propício ao crescimento dos animais. Além disso, esses compostos possibilitam o fortalecimento do sistema imunológico, aumentando a resistência a patógenos e reduzindo a incidência de doenças gastrointestinais.
Estudos realizados em parceria com a Universidade do Oeste do Paraná (UNIOESTE) reforçam a eficiência de BioActio Health & Performance como uma opção técnica para elevar a produtividade na aquicultura. Avaliou-se que a inclusão na dieta de tilápias demonstrou resultados expressivos em termos de sobrevivência e conversão alimentar. Na fase pós-larva, foi observado um aumento superior a 12% na taxa de sobrevivência, destacando o impacto positivo do produto na resistência dos animais a desafios ambientais e sanitários. Além disso, os resultados evidenciaram uma melhora de mais de 39% na conversão alimentar em alevinos.
Considerações finais
Compreender o papel do microbioma intestinal em animais de produção vai além de otimizar o desempenho produtivo, trata-se de adotar uma abordagem integrada que combina avanços científicos, nutrição de precisão e práticas sustentáveis. O equilíbrio dessa microbiota influencia diretamente a saúde, a eficiência alimentar e a qualidade do desenvolvimento final, reafirmando sua importância estratégica no setor de produção animal.
O uso de soluções nutricionais baseadas em ciência, como probióticos, prebióticos e proteínas hidrolisadas, apresenta resultados promissores ao restabelecer a microbiota, otimizar a conversão alimentar e promover maior resistência a patógenos.
Ao alavancar a pesquisa e aplicar tecnologias nutricionais direcionadas, o setor de produção animal melhora os índices produtivos e contribui para práticas técnicas mais eficazes e responsáveis. Esse enfoque, alinhado às demandas do mercado global, reforça a relevância do equilíbrio intestinal como pilar para uma produção animal mais competitiva e sustentável.
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