Data: 02/06/2025
A história da soja no Brasil começou em 1921, inicialmente em colônias no Estado de São Paulo, e ao longo das décadas se tornou uma das principais produções do agronegócio nacional. A partir dessa matéria-prima, uma ampla variedade de ingredientes pode ser obtida, com destaque para a farinha de soja, cada vez mais valorizada pela indústria no desenvolvimento de alimentos.
Com composição rica em proteínas, a farinha de soja é utilizada em formulações que exigem funcionalidade e bom desempenho em processos de cozimento, forneamento e formação de emulsões, bem como o aporte de textura e sabor para diversos produtos. Sua aplicação abrange diferentes categorias, como panificados, massas, molhos, produtos vegetais e derivados cárneos.
Ao incorporar esse ingrediente em formulações alimentícias, indústrias conseguem alinhar valor nutricional, padronização de processo e otimização de custo, ampliando o aproveitamento funcional da soja na alimentação.
Neste artigo, abordamos os diferentes tipos de farinha de soja, quando utilizar em formulações industriais e quais benefícios esse ingrediente oferece, sobretudo em desempenho e funcionalidade.
Tópicos:
- ● O que é farinha de soja e para que serve?
- ● Tipos de farinha de soja e características técnicas
- ● Quando usar farinha de soja nas formulações alimentícias?
- ● 7 benefícios da farinha de soja na indústria alimentícia
- ● O portfólio da BRF Ingredients em farinhas de soja
O que é farinha de soja e para que serve?
A farinha de soja é um ingrediente obtido a partir do farelo desengordurado de soja, após a extração parcial ou total do óleo. Seu uso é amplamente difundido na indústria de alimentos como fonte proteica vegetal agregando funcionalidade e versatilidade nas formulações.
Entre esses produtos, a farinha de soja se destaca pelo potencial de enriquecer formulações com proteínas de alta qualidade e de origem vegetal. Além do conteúdo proteico, o ingrediente contém vitaminas do complexo B, fibras alimentares, minerais e oligossacarídeos com possível efeito prebiótico, como rafinose e estaquiose (Fuchs, 2005; Monteiro et al., 2004).
Com isso, a farinha de soja ganha espaço em categorias como panificados, misturas secas, refeições prontas e produtos plant-based, atendendo à exigência dos consumidores por ingredientes mais equilibrados e sustentáveis.
Combinando qualidade nutricional e potencial tecno-funcional, a farinha de soja é uma alternativa sólida para formulações que exigem funcionalidade e bom custo-benefício.
Tipos de farinha de soja e características técnicas
Quando se fala em farinha de soja, em geral, refere-se à farinha de soja desengordurada, obtida a partir do farelo resultante da extração do óleo dos grãos. No qual, esse processo reduz significativamente o teor de gordura do ingrediente e concentra a fração proteica, originando um produto sólido com ampla aplicação na indústria alimentícia.
Além do teor elevado de proteínas, a farinha desengordurada apresenta características funcionais que podem variar conforme o grau de calor aplicado.
Na indústria alimentícia, são utilizados dois tipos principais: farinha desengordurada inativa e farinha desengordurada ativa. A inativa é submetida a tratamento térmico mais intenso, que reduz significativamente sua atividade enzimática, resultando em um ingrediente estável, com baixa interferência sensorial e adequado para formulações que exigem maior controle sobre oxidação, coloração e sabor residual.
Já a farinha ativa preserva a enzima lipoxigenase, que atua na oxidação de ácidos graxos insaturados e pode ser aproveitada tecnicamente para o clareamento de massas e a melhora do aspecto visual em panificados e outros produtos farináceos (Papaleo, 2004). Para garantir a eficiência desse efeito, é essencial que a farinha ativa não passe por processos térmicos que inativem a enzima antes da sua aplicação na formulação-alvo.
Além das diferenças na atividade enzimática, as farinhas de soja também apresentam variações importantes em suas propriedades tecnológicas, como a solubilidade em água, capacidade de emulsificação, absorção e retenção de umidade, e comportamento em sistemas gelificados.
Do ponto de vista físico-químico, a farinha desengordurada apresenta mínimo de 50% de proteínas e cerca de 01% de lipídios, embora esses valores possam oscilar conforme a variedade da soja e as condições de cultivo e processamento (Papaleo e Botelho, 2004). O conhecimento técnico sobre esses dois perfis é essencial para definir sua aplicação correta em formulações industriais que buscam desempenho funcional, visual e nutricional.
Quando usar farinha de soja nas formulações alimentícias?
A farinha de soja pode ser aplicada em diferentes momentos do processo industrial, principalmente em formulações que exigem desempenho técnico previsível e boa estabilidade durante o processamento. Por ser um ingrediente de origem vegetal com ampla funcionalidade, é indicada para composições que envolvem aquecimento, extrusão, homogeneização ou cocção em larga escala.
A utilização das farinhas de soja é recomendada em categorias que exigem ajuste de viscosidade, controle de umidade, estruturação de massas e aporte de proteína vegetal. Isso inclui aplicações em panificados, produtos à base de plantas, molhos, empanamentos, recheios, sopas desidratadas, extrusados e bases para alimentos processados.
A farinha de soja também é uma alternativa relevante em reformulações que visam reduzir ou substituir ingredientes de origem animal, atender perfis nutricionais específicos ou adequar os produtos a exigências por maior teor proteico e rótulos mais limpos.
7 benefícios da farinha de soja na indústria alimentícia
A farinha de soja é um ingrediente multifuncional, que oferece vantagens pela sua composição nutricional e pela performance em diferentes etapas do processo produtivo. Veja a seguir os principais benefícios que justificam a aplicação das farinhas de soja em escala industrial:
Estabilidade térmica
Apresenta bom desempenho em processos de cocção e extrusão, mantendo sua funcionalidade mesmo em condições de alta temperatura.
Retenção de umidade
Contribui para preservar a maciez e a textura de massas e recheios, reduzindo a perda de umidade durante o preparo e o armazenamento. Além disso, contribui para a suculência em produtos cárneos.
Suporte estrutural
Oferece corpo à formulação e melhora a textura final de alimentos moldados, panificados e massas frescas ou secas.
Substituição parcial de ingredientes
Permite reduzir o uso de ovos, leite ou trigo em algumas receitas, mantendo o desempenho funcional da mistura.
Estabilidade de emulsão
Auxilia na formação e manutenção de emulsões estáveis, garantindo melhor consistência em molhos, recheios e produtos processados.
Extensão de shelf life
Ajuda a controlar o ressecamento e a degradação do produto ao longo do tempo, prolongando a vida útil com qualidade sensorial preservada.
Compatibilidade com formulações vegetais
É adequada para produtos plant-based que exigem ingredientes não animais e bom desempenho tecnológico com rótulo limpo.
O portfólio da BRF Ingredients em farinhas de soja
A BRF Ingredients oferece ao mercado soluções com soja, incluindo farinhas desengorduradas, desenvolvidas para atender demandas industriais por desempenho, estabilidade e qualidade em formulações alimentícias.
As Farinhas de Soja BRF Ingredients são produzidas a partir do farelo de soja proveniente da extração do óleo, seguindo processos com o padrão de rastreabilidade BRF.
A Farinha de Soja Desengordurada - Supper-M é uma farinha desengordurada inativa, cuja atividade enzimática é reduzida por meio de tratamento térmico. O resultado deste processo confere maior estabilidade ao ingrediente, o que favorece a previsibilidade de resultados em diferentes etapas de fabricação. Por apresentar baixo risco de reações enzimáticas indesejadas, Supper-M é indicada para formulações que exigem textura e funcionalidade, sendo aplicada em produtos como molhos, sopas, panificados, chocolates, embutidos e recheios.
Já a Farinha de Soja Desengordurada Ativa - SoyMax-M mantém a enzima lipoxigenase ativa, o que a torna ideal para aplicações em que o aspecto visual da massa crua e o acabamento final do produto são fatores determinantes. A presença dessa enzima favorece o clareamento de farinhas, além de melhorar a textura e contribuir para a uniformidade de produtos como pães, bolos e massas frescas ou secas. Por reunir atributos funcionais e sensoriais, a opção é indicada para formulações que priorizam desempenho visual e qualidade de acabamento.
Com essas soluções, a BRF Ingredients oferece ao mercado opções versáteis e tecnicamente consistentes, desenvolvidas para atender aos padrões da indústria de alimentos.
Considerações finais
A farinha de soja é um ingrediente amplamente utilizado na indústria alimentícia, com papel relevante em formulações que exigem equilíbrio entre funcionalidade, estabilidade e qualidade nutricional. Suas propriedades tecnológicas permitem aplicações em diferentes categorias de produtos, contribuindo para o desempenho de processos industriais e a entrega de alimentos com valor agregado.
Conhecer as diferenças entre os tipos de farinha disponíveis no mercado e entender sua performance em diferentes aplicações é fundamental para garantir bons resultados com alto fator sensorial. Soluções como Supper-M e SoyMax-M da BRF Ingredients foram desenvolvidas para atender essas exigências, com qualidade e versatilidade às diferentes opções de produtos.
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