Data: 17/06/2019

Que a suinocultura possui grande expressão em cifras monetárias, oportunidades de empregos e demais números que giram ao entorno da cadeia produtiva, já ouvimos diversas vezes. Porém, para garantir o sucesso é indispensável que pilares fortes e consolidados sustentem toda a cadeia produtiva.

São eles:

  • Genética dos animais;
  • Ambiência;
  • Nutrição;
  • Sanidade.

Neste contexto, abordaremos a temática Sanidade e algumas doenças que acometem os suínos dentro das granjas. A prevenção e controle dessas doenças dentro do processo contribuem que o pilar da sanidade seja firme e consolidado, garantindo que a produção seja bem-sucedida.

Os principais agentes patológicos de suínos são bactérias e vírus, mas também podem haver outros como protozoários e fungos, por exemplo.

É importante reforçar o básico: animais saudáveis garantem a qualidade do produto final a ser comercializado conforme as exigências do compradorNo geral, programas de biosseguridade garantem a sanidade ideal dentro das granjas, além de combater e evitar as principais doenças dos suínos.

Disenteria Suína

A disenteria é uma doença bacteriana, na qual o microorganismo patogênico (Brachyspira hyodysentariae) se aloja no intestino do animal.

É considerada uma enfermidade altamente contagiosa e o principal sintoma é uma diarreia mucohemorrágica. Os leitões na fase de creche e terminação são os mais afetados.

Sintomas:

Além da diarreia mucohemorrágica, a doença pode ser caracterizada por:

  • Anorexia;
  • Sede intensa;
  • Abdómen retraído;
  • Emagrecimento;
  • Febre;
  • Fezes com presença de ração.

Um fato interessante que o CRMV-GO traz é que essa doença pode aumentar o custo de produção em até 20%, causando grandes prejuízos econômicos aos produtores.

Prevenção

Antigamente, diversos antibióticos eram eficazes contra a disenteria. Porém com o uso indiscriminado desse tipo de medicamento, a Brachyspira hyodysenteriae tornou-se resistente a alguns tipos de medicamento, impossibilitando que a medicação seja utilizada para erradicar a doença dentro das granjas.

Ainda não há vacinas 100% eficazes para o controle desta doença.

Por isso, a prevenção ainda é a melhor opção para evitar a presença da disenteria. Ações preventivas que podem ser adotadas:

  • Medicação coletiva para os animais (consultar médico veterinário);
  • Limpeza de baias;
  • Evitar entrada de pessoas, veículos e outros animais na granja, pois podem ser transmissores da bactéria;
  • Realizar quarentena entre os lotes;
  • Programas de Biosseguridade das granjas.

Parvovirose Suína

Essa doença é causada por um vírus de alta prevalência e distribuição universal.

O vírus pertence à família Parvoviridae do gênero parvovirus. Somente na espécie suína a doença causa morte embrionária, afetando a fase reprodutiva da espécie.

Sintomas:

  • Repetição de cio, devido à reabsorção fetal;
  • Abortos;
  • Fetos mumificados;
  • Leitegadas pequenas (abaixo de 4 leitões);
  • Leitões natimortos;
  • Falsa gestação.

Pelo principal fato de atingir o nascimento dos leitões, a Parvovirose é uma doença que causa imensos prejuízos devido ao baixo número de leitões nascidos.

Isso acontece pois ao infectar a fêmea o vírus entra na corrente sanguínea e se aloja dentro do útero, atravessando a placenta e causando a morte dos leitões.

Contaminação

A transmissão dos animais se dá através do contato com substâncias contaminadas, ingestão ou contato entre mucosas (placenta, fezes, urina e secreções).

Prevenção:

  • O descarte de animais contaminados para evitar a contaminação;
  • Limpeza e desinfecção das instalações;
  • Programas de vacina nos animais;
  • Exames laboratoriais;
  • Animais novos na granja com laudos laboratoriais;

Um fato interessante é que os animais contaminados e não descartados podem ser tornar portadores assintomáticos do vírus, principalmente os machos, uma vez que não apresentam sintomas reprodutivos.

O macho dentro da granja normalmente cobre diversas fêmeas através da monta natural ou inseminação artificial. Isso acaba contaminando um número grande de reprodutoras, portanto a profilaxia nos machos deve ter a mesma atenção, ou maior, que nas fêmeas.

Dermatite Exsudativa

A dermatite exsudativa também é conhecida como “eczema úmido” e acomete principalmente leitões lactentes e recém desmamados. É uma doença causada por uma bactéria chamada a Staphylococcus Hyicus.

Sintomas

O principal sintoma é a formação de crostas na pele dos leitões, que geralmente iniciam pela área facial e posteriormente se alastram pelo corpo.

Contaminação

O problema da contaminação desta doença são as condições gerais de sanidade da granja, uma vez que a bactéria está presente no ambiente sujo e contaminado.

O manejo no momento da castração, corte de dentes e rabos, deve ser feito com muita atenção e cuidado, já que feridas não cicatrizadas se tornam porta de entrada para a contaminação dos animais.

Tratamento e controle

O tratamento é realizado através de antibióticos, associado a protocolos de limpeza e desinfeção das instalações da granja.

Esta doença, quando não acometida em toda a granja, é de fácil recuperação dos animais. Portanto, os criadores granjas devem estar atentos às condições de higiene, pois animais acometidos podem ter o crescimento tardio e desenvolvimento corporal comprometido.

Peste suína

A peste suína é uma doença causada por um vírus e também é conhecida por “febre suína”. A infecção nos animais é altamente contagiosa e, por não ter cura, obriga os produtores abaterem todo o rebanho contaminado.

Sintomas:

  • Febre alta;
  • Diarreia;
  • Hemorragias;
  • Convulsões;
  • Tremores;
  • Pele avermelhada ou escura.

Contaminação

A contaminação dá-se através de contato com alimentos infectados, veículos e pessoas que podem levar o vírus para dentro das granjas. Isso pode acontecer através de roupas, contato direto com os animais contaminados etc.

Prevenção e controle

  • Abate dos animais contaminados;
  • Vacinação;
  • Protocolos de limpeza e desinfeção das instalações.

Boas Práticas

Sabendo um pouco sobre algumas doenças que afetam os animais, podemos elencar medidas de higiene e profilaxia em geral que auxiliam na prevenção e controle de diversas doenças.

Os agentes patológicos, em quase todos os casos, podem ser evitados e erradicados através de protocolos de limpeza e desinfecção, boas práticas na fabricação das rações, normas e regras de entrada e saída de pessoas, caminhões e animais na granja (biosseguridade).

Medidas:

  • • Quarentena nas instalações;
  • • Protocolos de vacinas;
  • • Protocolos de Limpeza e Desinfeção das instalações que incluem:

• Limpeza seca;
• Limpeza de calhas e fossas;
• Limpeza úmida;
• Aplicação de desinfetantes;
• Uso de Vassoura de fogo;
• Vazio sanitário;
• Sistema todos dentro, todos fora. (Esse sistema, também como all-in all-out no qual o sistema produtivo é dividido em fases. As fases ocupam e desocupam as instalações ao mesmo tempo. Esse manejo garante a limpeza e desinfecção do ambiente respeitando o vazio sanitário);

  • • Respeitar o número de lotação dos animais;
  • • Exames laboratoriais periódicos;
  • • Observar comportamentos e sintomas dos animais;
  • • Condições de ambiência, ou seja, as condições ideais de instalações e meio ambiente que garantem melhores resultados zootécnicos associados a animais saudáveis. Portanto, fatores climáticos, instalações ideais, água disponível em temperatura ideal, luminosidade, umidade do ar devem estar de acordo com cada fase animal;
  • • Boas práticas na fabricação de rações;
  • • Treinamentos constantes dos colaboradores para garantir o sucesso dos protocolos.

Todas essas medidas servem para prevenir a proliferação das doenças dentro da granja.

Porém, mesmo executando todas essas ações profiláticas, elas não isentam totalmente que microrganismos patológicos entrem nos ambientes e contaminem os animais.

Por isso, é de suma importância que a ambiência esteja de acordo com cada fase animal e a nutrição fornecida para os animais balanceada e adequada.

Elas garantem que o animal não fique estressado e não sofra ações metabólicas desnecessárias. Consequentemente, boas condições de saúde são garantidas.

O objetivo é que o ambiente e a alimentação não baixem a imunidade dos porcos. Entretanto, é necessário atentar-se à formulação das rações, um fator que afeta diretamente a saúde e bem-estar dos animais.

Nutrição e Saúde


A nutrição adequada garante boas condições corporais e animais nutricionalmente sadios.

Suínos com dietas balanceadas podem sim serem afetados por algum tipo de doença. Nesses casos, eles conseguem se recuperar com mais facilidade do que de animais com déficits nutricionais.

Atualmente, sabemos que as rações são balanceadas, garantindo quantidades necessárias de vitaminas, minerais, energia e demais nutrientes que o animal necessita em cada fase de vida. Portanto, formular rações apenas com milho e soja é uma ação precária e pouco efetiva.

A tecnologia no setor alimentício destinado à produção animal não para, e cada dia apresenta novas opções e soluções de ingredientes que entram nas composições das formulações, como é o caso da suinocultura.

No mercado existem opções que garantem uma série de benefícios como alta digestibilidade, alto teor protéico, além de aminoácidos essenciais para o desenvolvimento do animal.

Dentre elas, podemos destacar a proteína hidrolisada de frango.

Proteína Hidrolisada de Frango


A Proteína Hidrolisada de Frango é um novo ingrediente altamente proteico e natural, especialmente elaborado para melhorar o desempenho das rações. Ela é produzida através de processos tecnológicos que geram cadeias menores de aminoácidos, que denominamos peptídeos.

Esse processo é conhecido como Hidrólise Enzimática. Os peptídeos originados, por terem uma estrutura menor, são absorvidos rapidamente no organismo do animal trazendo benefícios, como: melhorar taxa de conversão alimentar e digestibilidade.

Consequentemente, o produto estimula o sistema imunológico e nervoso, livrando os animais do estresse e outras patologias.

Isso acontece pois esses peptídeos bioativos são, em geral, antioxidantes e antimicrobianos. Isso permite que eles atuem contra os radicais livres e sirvam de barreira contra bactérias, vírus e demais microrganismos patogênicos.

Dessa maneira, aliando um ambiente seguro a uma alimentação balanceada, a saúde suína do sistema produtivo como um todo é garantida.

Como dissemos no começo do conteúdo, saúde e nutrição são pilares essenciais que devem andar lado a lado. Mesmo quando uma doença acometer a granja, os animais estarão saudáveis e nutricionalmente atendidos, garantindo bons resultados produtivos.