Data: 16/11/2022

Proteínas Hidrolisadas são um suporte nutricional amplamente utilizado na indústria alimentícia para enriquecer alimentos. Este processo permite criar formulações ricas e com os nutrientes necessários em diversos setores do mercado, como comidas e bebidas, que são destinados, por exemplo, a pacientes com desnutrição e outros problemas clínicos relacionados a problemas digestivos e absortivos. Além disso, no controle de alergia, no processamento de embutidos e na criação de soluções nutritivas de rações animais, fornecendo proteínas de fácil digestão e enriquecimento nutricional.

O processo de hidrólise enzimática modifica as propriedades biológicas das proteínas por meio de um processo que pode ser trabalhado em temperaturas brandas, o que permite que o pH trabalhe próximo da neutralidade, com alta especificidade e eficiência, gerando cadeias menores de aminoácidos que produzem peptídeos bem definidos — que veremos mais adiante. Além disso, a hidrólise pode melhorar as características nutricionais e funcionais dos alimentos, já que as propriedades químicas, físicas e imunológicas também sofrem alteração.

Mas o que é a hidrólise enzimática das proteínas? Como é feito esse processo enzimático? Por que utilizar tal processo na formulação de rações animais? Esses questionamentos norteiam os estudos e a escolha de sua utilização para os diversos objetivos de inclusão das proteínas hidrolisadas nas dietas de diferentes organismos.

Como é o processo de hidrólise?

Antes de entendermos os vários benefícios das proteínas hidrolisadas, o primeiro passo é compreender como o processo de hidrólise acontece. Entende-se que há diferentes técnicas para alcançar uma proteína formulada ricamente para cumprir seus objetivos nutricionais. Porém, a fórmula enzimática é a mais indicada por ser mais simples e eficiente e, principalmente, por não necessitar de métodos químicos rigorosos para sua produção.

O processo de hidrólise enzimática acontece em uma sequência na seguinte ordem: a matéria-prima de origem animal é reservada e passa pela moagem. Em seguida, entra no processo junto com a água livre de contaminação, ajuste de pH, temperatura e pressão do reator. Após isso, é incluída uma enzima que é controlada por tempo específico e passa por um método de inativação. Esse processo transforma o hidrolisado, que passará pela filtração, centrifugação e separação, logo por uma esterilização, secagem e embalagem. Finalizando na Proteína Hidrolisada como produto final destinado aos diversos setores da indústria que são atendidos (SOARES, 2019, p. 22) [1].

Como se nota na descrição acima, a transformação da matéria-prima em hidrolisado proteico é realizada por etapas que duram um tempo determinado, cujo fim é obter um material com baixo conteúdo de minerais e gorduras (PASUPULEKI et al., 2010) [2] e enriquecido nutricionalmente para a atender uma demanda específica.

Além disso, e principalmente, este processo objetiva romper os aminoácidos que formam as proteínas e gerar um produto “de baixo peso molecular devido às cadeias curtas de aminoácidos, que favorecem a absorção dos nutrientes, tornando-os mais digestíveis e facilitando sua passagem entre a membrana intestinal dos animais” (AKSNES et al., 2006) [3].

Mais acima vimos que os hidrolisados proteicos cumprem funções em diversos setores da indústria alimentícia. Sem embargo, nos ateremos, a partir de agora, na nutrição animal e nos ingredientes que compõem a dieta de várias espécies dentro dos setores de cultivo que necessitam, cada vez mais, de uma alimentação balanceada e rica que além de melhorar a digestão e a saúde animal, ofereça um maior custo-benefício ao produtor e cuidado com a preservação do meio ambiente.

Como acentua a revista Aquaculture Brasil (2021) [4], a Proteína Hidrolisada de coprodutos animais é obtida a partir do beneficiamento de vísceras e miúdos, o que acaba se tornando uma solução sustentável ao meio ambiente, pois há um maior aproveitamento dos coprodutos de aves e outras espécies na produção de rações, o que reduz a quantidade de resíduos no meio ambiente e diminuindo, no caso da aquicultura, a poluição da água do cultivo.

“Aproveitamento da matéria-prima gerada pelas indústrias de processamento animal é uma forma de compensar os impactos sociais e ambientais provocados por este setor, pois destina de uma maneira consciente os resíduos gerados” (SOARES, 2019, p. 20) [1].

Desafios da Indústria Alimentícia

É preciso também especificar os desafios encontrados pelos produtores dentro do setor de Animal Nutrition, sendo o investimento em rações e ingredientes a parte que necessita de mais cuidado e gastos por parte dos cultivadores, independentemente da área, seja na aquicultura e seus diferentes ramos — carcinicultura, piscicultura, entre outros, na suinocultura ou, até mesmo, na alimentação de pets.

Para se ter uma dimensão dos desafios alimentares de animais de cultivo, de acordo com a Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU) [5], a aquicultura produzida em cativeiro vai igualar a produção da pesca em alto-mar, e a evolução da produção acarreta um problema para os produtores, tendo em vista a necessidade de alimentar os animais de cultivo e suprir as exigências nutricionais das diferentes espécies.

Como aponta Soares (2019) [1], a intensificação dos cultivos só se torna viável com o desenvolvimento das dietas balanceadas que visem melhorar a condição fisiológica dos animais, bem como um alimento rico que proporcione um melhor desempenho zootécnico das espécies cultivadas. Nesse sentido, o desafio dos produtores é encontrar um alimento cujo custo-benefício seja comprovado, que tenha valor nutritivo e que supra as exigências nutricionais do cultivo, promovendo melhor performance e saúde no desempenho animal.

Por meio de pesquisa e inovação, a resposta para essas e outras questões sobre o uso da proteína hidrolisada enzimática e seus benefícios foram encontradas pela BRF Ingredients, que desenvolveu uma formulação balanceada e rica em peptídeos bioativos, com benefícios cientificamente comprovados, voltados para os diversos setores dentro do cultivo, entre eles a Proteína Hidrolisada de Frango (PHF) BioActio Health & Performance, que abordaremos mais adiante.

Por que utilizar as Proteínas Hidrolisadas BioActio da BRF Ingredients

Produzidas para melhorar o desempenho de rações animais, as Proteínas Hidrolisadas BioActio são alimentos funcionais formuladas por meio do processo de hidrólise enzimática descrita mais acima. Este processo gera cadeias menores de aminoácidos, os peptídeos bioativos, que proporcionam vários benefícios para os animais.

A BRF Ingredients tem uma série de formulações no seu portfólio que atendem as exigências nutricionais dos animais, gerando valor também aos produtores, como a Proteína Hidrolisada de Frango BioActio Health & Performance e a Proteína Hidrolisada de Fígado de Frango BioActio Health & Palatability. Elas apresentam benefícios tais como: alto teor de proteína, alta digestibilidade e alta palatabilidade, sendo produzidas com matéria-prima fresca e de origem controlada, a partir de subprodutos de aves e suínos; bem como baixa massa molecular, perfil balanceado de aminoácidos e peptídeos bioativos.

Além disso, em matéria de digestibilidade, as Proteínas Hidrolisadas da BRF Ingredientes, tendo a BioActio Health & Performance como exemplo, apresentam um coeficiente de digestibilidade aparente (CDA) geralmente acima de 90% na dieta de Tilápias, Cães e Gatos.

Destacam-se as propriedades funcionais presentes na linha BioActio, que garantem alimentos e rações mais ricas em nutrientes e proporcionam também melhorias na morfologia intestinal, mais resistência a doenças infecciosas, aumentando a saúde e a taxa de sobrevivência dos animais, assim como melhoram o sistema imunológico do animal com a produção de anticorpos e ação anti-hipertensiva.

O que são peptídeos bioativos nas proteínas

Os peptídeos bioativos são o resultado de uma reação química que, ao utilizar a água, rompe uma molécula em duas ou mais partes. Isso indica que, ao ser aplicada a uma proteína, este processo quebra a substância em cadeias menores de aminoácidos e isso permite uma melhora na absorção de nutrientes e vitaminas, otimizando a utilização dos aminoácidos essenciais no organismo animal.

Nesse sentido, os peptídeos alcançam a corrente sanguínea animal de forma mais eficiente e direta, gerando benefícios como o aumento da eficácia alimentar, a aceleração do crescimento das espécies, a melhora na fisiologia do animal com o estímulo ao sistema imunológico e nervoso, livrando, assim, os animais de estresse, entre outras patologias. Assim sendo, os peptídeos bioativos gerados pelas Proteínas Hidrolisadas BioActio Health & Performance podem ter atividade antimicrobiana, antioxidante, anti-hipertensiva e imunomoduladora e agem na melhora da taxa de conversão alimentar.

Considerações

Portanto, ante o todo exposto, os benefícios da utilização dos hidrolisados proteicos são cientificamente comprovados como demonstra as fontes de pesquisa citadas, bem como os estudos e as inovações da BRF Ingredients na formulação de alimentos ricos, balanceados e equilibrados, que permitem uma melhora nos índices zootécnicos dos animais com a inclusão das Proteínas Hidrolisadas BioActio na dieta de animais na aquicultura, suinocultura e na alimentação pet. Os benefícios da hidrólise enzimática colaboram também para a preservação do meio ambiente, com a redução de resíduos e reaproveitamento dos coprodutos animais, ademais de gerar valor aos produtores, permitindo um maior custo-benefício entre o investimento do alimento e o rendimento final do animal de cultivo.

Conheça todos os benefícios do processo de Hidrólise Enzimática e das Proteínas Hidrolisadas de Frango e Fígado de Frango BioActio Health & Performance.

REFERÊNCIAS

[1] SOARES, M. Avaliação de hidrolisados proteicos de subprodutos de frango e suíno na nutrição do camarão-branco-do-pacífico. Tese (Doutorado em Aquicultura) – Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, pp. 99. 2019. Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/215699/PAQI0572-T.pdf?sequence=-1&isAllowed=y.

[2] PASUPULEKI, V. K., DEMAIN, A. L., editors. Protein hydrolysates in biotechnology. New York: Springer Science, p. 11–32, 2010. Disponível em: Protein Hydrolysates in Biotechnology | SpringerLink. Acesso em: ago.2022.

[3] AKSNES, Anders et al. Inclusion of size fractionated fish hydrolysate in high plant protein diets for Atlantic cod, Gadus morhua. Aquaculture, [s.l.], v. 261, n. 3, p.1102-1110, dez. 2006. Elsevier BV. http://dx.doi.org/10.1016/j.aquaculture.2006.07.038. Acesso: ago. 2022.

[4] Aquaculture: Proteína Hidrolisada de Frango na Alimentação de Larvas e Alevinos de Tilápia. Disponível:https://www.aquaculturebrasil.com/noticia/214/proteina-hidrolisada-de-frango-na-alimentacao-de-larvas-e-alevinos-de-tilapia. Acesso em ago.2022.

[5] FAO – Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura. The State of World Fisheries and Aquaculture 2018. Disponível em: https://www.fao.org/documents/card/en/c/I9540EN/. Acesso: ago. 2022.