Data: 03/04/2023

A aquicultura tem papel fundamental na segurança alimentar no mundo. De acordo com o relatório da FAO – sigla em inglês para Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura – em 2016 [1], a aquicultura será até 2025, como indicam as projeções, a atividade agropecuária que mais crescerá em países em desenvolvimento.

O relatório da FAO – Food and Agriculture na sigla original – aponta uma posição de destaque para o Brasil que, nesse período, poderá ter um aumento de 104% em sua produção [1].

Alguns fatores explicam esse crescimento da produção, começando pelo investimento realizado pelos cultivadores da aquicultura, passando pelas condições climáticas favoráveis, assim como desenvolvimento de pesquisas e tecnologias.

Incluída a esses fatores, também está a oferta de alimentos enriquecidos que proporcionam benefícios ao metabolismo e saúde dos animais, além de gerar valor aos produtores, como a Proteína Hidrolisada de Frango BioActio Health & Performance da BRF Ingredients que veremos adiante.

Nessa perspectiva, em seu último relatório, a FAO (2016) [1] apontou que a produção mundial da aquicultura foi de 73,8 milhões de toneladas.

Deste total, 49,8 milhões de toneladas foram de peixes, 16,1 milhões de toneladas de moluscos, 6,9 milhões de crustáceos e 7,3 milhões de outros organismos aquáticos. Nota-se que a piscicultura representou mais de 50% do total da produção mundial.

Dito isto, é necessário destacar a produção aquícola no Brasil que vem em pleno crescimento desde 2015, quando alcançou um total de 574,163 mil toneladas.

Daquele total, 69,9% eram de peixes, 20,6% de camarões, 2% de moluscos e 0,1% de outros animais. Em 2015, o cultivo da tilápia já se destacava dentro do setor, alcançando 219,3 mil toneladas, de acordo com informações do IBGE [2].

A importância da aquicultura para o Brasil é cada vez maior. Em 2021, por exemplo, a produção de peixes alcançou a impressionante cifra de 841 mil toneladas, segundo dados do Anuário Peixe BR da Piscicultura 2022 [3].

Com destaque para o crescimento da produção de tilápias, que chegou a 45% em oito anos. Além disso, em 2021, esta espécie representou 63,5% do total de 841 mil toneladas de peixes produzidos no país. Ou seja, mais de 534 mil toneladas.

“A expansão da tilapicultura no país contribui para o desenvolvimento de outras criações, pois como a tilápia é considerada um modelo animal de experimentação, os estudos realizados com ela podem ser aplicados para outras espécies, trazendo benefícios para todo o setor” [4].

Porém, essa intensificação dos cultivos requer um maior desenvolvimento de pesquisas e inovações na busca de encontrar formulações balanceadas e que ofereçam o máximo rendimento aos animais, sendo a nutrição animal um dos maiores desafios dos produtores.

Duas consequências são centrais neste desafio: o primeiro é encontrar um ingrediente que além de nutricional, seja seguro e proporcione diversos benefícios às espécies. O outro, e este um ponto importante para os produtores, é o custo-benefício das formulações.

Porque o investimento com a nutrição animal representa a maior parte do orçamento dos criadores que, no caso da aquicultura em geral e da piscicultura em particular, utilizam, tradicionalmente, a farinha de peixe como principal ingrediente.

Sem embargo, há dois pontos que devemos nos atentar também sobre a farinha de peixe na dieta de tilápias e de outros organismos aquáticos: além de ser um produto mais caro, tem uma oferta mais escassa.

Ademais, as farinhas de peixes geram mais resíduos nos fundos dos tanques de criação, o que pode vir a acarretar problemas com a qualidade da água e com a saúde do cultivo.

“A intensificação dos cultivos só se torna viável com o desenvolvimento de dietas balanceadas, que melhorem sua condição fisiológica e consequentemente, proporcionem melhor desempenho zootécnico da espécie cultivada” [5].

Assim, a indústria de Animal Nutrition, tendo companhias como a BRF Ingredients, por meio de pesquisas e inovações, criou ingredientes proteicos de alta qualidade e máximo desempenho, a exemplo das Proteínas Hidrolisadas de Frango BioActio Health & Performance.

As proteínas hidrolisadas são produzidas por meio da hidrólise enzimática, um processo que não necessita de métodos químicos rigorosos em sua produção.

Este processo, ao utilizar a água, rompe a enzima e gera cadeias menores de peptídeos bioativos e aminoácidos, que proporcionam diversos benefícios às tilápias, como um alto coeficiente de digestibilidade aparente (CDA), entre outros resultados excelentes.

O hidrolisado proteico BioActio Health & Performance da BRF Ingredients é rico em peptídeos funcionais e é uma formulação que ao ser incluída na dieta de tilápias melhora o metabolismo e a saúde dos peixes, com resultados cientificamente comprovados.

Como veremos em seguida, BioActio além de proporcionar melhorias metabólicas, na saúde e no desempenho das tilápias, é uma formulação sustentável, pois amplia o aproveitamento de coprodutos animais, o que acarreta a redução de resíduos no meio ambiente, contribuindo também para a diminuição da poluição da água.

O reaproveitamento dos coprodutos oriundos do abate animal ganha cada vez mais notoriedade e é uma tendência do mercado para 2023 e para os próximos anos, acompanhando a utilização da biotecnologia na transformação de ingredientes balanceados e equilibrados.

Apontam Mora, Reig e Toldrá (2016) [6], que o tratamento de resíduos agroindústrias têm um impacto grande na economia, sendo o descarte tão oneroso quanto o emprego de tecnologias para transformação em produtos que agregam valor à cadeia produtiva.

Seguindo na mesma direção, outros pesquisadores assinalam que o aproveitamento dos coprodutos é uma oportunidade sustentável e uma forma de rentabilidade da atividade, destacando o valor agregado que essas formulações têm quando comparados à farinha de peixe, principal produto na utilização de algumas matérias-primas [7].

Os impactos de BioActio na digestibilidade e no desempenho das tilápias

Um dos maiores benefícios de BioActio Health & Performance é na digestibilidade animal. Veja que esse tópico não é somente importante para as espécies que têm dietas com a formulação de BRF Ingredients.

A alta digestibilidade também influencia na quantidade de resíduos no meio ambiente, o que impacta, no caso das tilápias, na qualidade da água dos tanques de cultivo, como já mencionado.

E por que a digestibilidade de BioActio é alta no organismo das tilápias?

Como citamos anteriormente, BioActio Health & Performance é rica em peptídeos bioativos, que são absorvidos por vias diferentes dos aminoácidos, sendo utilizados de forma íntegra no metabolismo das tilápias.

Por isso, os peptídeos não sofrem hidrólise pelas enzimas endógenas, o que significa, de forma simples, que não concorrem com a absorção de outras substâncias.

Assim, os peptídeos chegam na corrente sanguínea de forma integral, exercendo bioatividades no organismo das tilápias, tais como imunomoduladoras, antioxidantes e antimicrobianas.

O alto coeficiente de digestibilidade aparente (CDA) promovido por BioActio, que alcança entre as tilápias 94% de digestibilidade, proporciona a melhora no metabolismo e na saúde dos animais, pois a massa molecular da formulação da BRF Ingredients tem 100% dos peptídeos bioativos abaixo dos 3.000Da.

Além disso, o hidrolisado BioActio Health & Performance aumenta a taxa de sobrevivência das tilápias. Estudos cientificamente comprovados apontam que a inclusão do ingrediente na dieta de tilápias na fase pós-larvas aumenta em 12% a sobrevivência dos peixes.

Essas pesquisas também confirmam que a utilização da Proteína Hidrolisada de Frango BioActio melhora o peso final das tilápias do Nilo em diferentes fases da vida dos peixes. Na fase pós-larvas, houve 23% de aumento no peso final e na fase alevinos a melhor corresponde a 35%.

Conectados a esses resultados de benefícios na saúde e no metabolismo das tilápias, está a conversão alimentar, que exerce papel importante na hora dos produtores decidirem a melhor formulação para a dieta dos animais de cultivo.

O tema da conversão alimentar diz respeito ao custo-benefício que o ingrediente gera na nutrição e saúde animal sobre o investimento realizado. Por ser a área que ocupa mais investimentos na criação, a alimentação precisa apresentar mais benefícios que custos.

E justamente este é um ponto importante também das formulações da BRF Ingredients, pois os benefícios proporcionados à nutrição animal são maiores que seu custo, já que BioActio PHF promove um melhor aproveitamento nutricional para as tilápias.

Neste sentido, as tilápias da fase alevinos que têm a Proteína Hidrolisada de Frango BioActio Health & Performance incluídas na dieta apresentam uma melhora de 39% na conversão alimentar.

Por conseguinte, além de todos os benefícios mencionados, com a inclusão de BioActio os produtores passam a gerar tilápias com alto valor agregado e desempenho máximo, devido ao incremento de 11% o rendimento do filé e 5% de ganho no peso final dos peixes.

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Referências

[1] FAO - Food and Agriculture Organization of the United Nations. The State of World Fisheries and Aquaculture. Rome, 2016. Disponível em: https://www.fao.org/3/i6030e/i6030e.pdf. Acesso: janeiro de 2023.

[2] Carvalho Filho, J. Conheça os números da produção aquícola de 2015. Revista Panorama da AQÜICULTURA. Disponível em IBGE: Conheça os números da produção aquícola de 2015 | Revista Panorama da Aqüicultura (panoramadaaquicultura.com.br). Acesso: janeiro de 2023.

[3] Anuário Peixe BR da Piscicultura 2022: https://www.peixebr.com.br/anuario2022/

[4] Rocha, J. D. M. Proteína hidrolisada de frango para tilápia do Nilo: digestibilidade e desempenho produtivo 2018. Disponível em: TEDE: Proteína hidrolisada de frango para tilápia do Nilo: digestibilidade e desempenho produtivo (unioeste.br). Acesso: janeiro de 2023.

[5] SOARES, M. Avaliação de hidrolisados proteicos de subprodutos de frango e suíno na nutrição do camarão-branco-do-pacífico. Tese (Doutorado em Aquicultura) – Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, pp. 99. 2019. Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/215699/PAQI0572-T.pdf?sequence=-1&isAllowed=y. Acesso: janeiro de 2023.

[6] MORA, L., REIG, M., TOLDRÁ, F. (2016) Bioactive peptides generated from meat industry by-products. Food Research International, v.65, p.344-349.

[7] Mullen et al. (2017), MULLEN, A. M., ÁLVAREZ, C., ZEUGOLIS, D. I., HENCHION, M., O'NEILL, E., DRUMMOND, L. (2017) Alternative uses for co-products: Harnessing the potential of valuable compounds from meat processing chains. Meat Science, v.132, p.90-98.