Data: 27/05/2019

Na suinocultura, o maior custo de produção é representado pela alimentação.

Essa constatação, porém, acaba levando muitos criadores de suínos a cometerem um erro que pode ser fatal a seus negócios: uma maior economia através da utilização de ração de baixa qualidade. Acontece que os suínos possuem exigências nutricionais muito específicas que, uma vez não cumpridas, prejudicam a produtividade e, consequentemente, a lucratividade do sistema como um todo.

Para maiores taxas de conversão alimentar e manutenção da saúde deste tipo de animal, algumas diretrizes básicas da nutrição suína precisam ser seguidas. Dentre elas, está a necessidade de um consumo balanceado dos mais diversos tipos de aminoácidos para o cumprimento de funções específicas no organismo dos suínos.

Tais aminoácidos podem ser adquiridos através de uma alimentação rica em proteínas de alta digestibilidade, o que pode ser obtido por meio da ingestão de formulações que utilizem ingredientes e matérias-primas de alta qualidade.

Neste sentido, a Proteína Hidrolisada de Frango destaca-se como uma rica fonte proteica, que possui todos os aminoácidos necessários para o bom desenvolvimento dos suínos.

Além disso, a mesma possui peptídeos bioativos, produzidos pelo processo de hidrólise enzimática, que promovem diversos benefícios à saúde dos leitões. Neste post, abordaremos mais a fundo as necessidades nutricionais dos suínos no que diz respeito às proteínas.

Alimentação Suína: aspectos a se considerar

Na suinocultura, algumas regras de alimentação devem ser seguidas a fim de se manter a lucratividade do negócio. Primeiramente, os suínos não devem se alimentar apenas de pastagem Como são animais monogástricos, seus organismos são ineficientes em digerir a alta quantidade de fibras presente neste tipo de alimento.

As fibras causam uma sensação de saciedade, o que leva animais mais jovens a não serem capazes de consumir a quantidade ideal de alimento para a obtenção dos nutrientes necessários. O uso de uma dieta baseada em cereais é preferível em detrimento da pastagem, devido ao alto teor proteico.

Para uma melhor digestão, os cereais devem ser processados em moinhos, apresentando tamanho de partícula próximo a 0,7 mm. Essa característica garante um maior acesso das enzimas gástricas às proteínas na hora da digestão.

É importante ressaltar que nem todos os suínos possuem os mesmos requerimentos quando o assunto é dieta. Por exemplo, l eitões desmamados e porcos em crescimento precisam de um maior teor do aminoácido lisina e maior aporte energético comparados aos suínos já desenvolvidos.

Aminoácidos: a base da nutrição suína

Os aminoácidos são as unidades formadoras das proteínas. Necessários para o funcionamento normal do organismo, os mesmos fazem parte da estrutura dos tecidos musculares sendo, portanto, fundamentais para o crescimento e desenvolvimento dos suínos.

Dos 21 aminoácidos existentes na natureza, 10 são essenciais.  Ou seja, não são produzidos pelo organismo e devem ser adquiridos através da dieta para a manutenção da saúde, crescimento, reprodução e lactação.

São eles:

  • Arginina;
  • Histidina;
  • Isoleucina;
  • Leucina;
  • Lisina;
  • Metionina;
  • Fenilalanina;
  • Teanina;
  • Triptofano;
  • Valina.

As proteínas presentes em milho e cereais, em geral, são deficientes em alguns desses aminoácidos apresentados. Portanto, devem ser utilizadas em combinação para que o balanço necessário seja atingido.

Já as proteínas de origem animal, além de possuírem todos os aminoácidos essenciais, são altamente digeridas e absorvidas pelo organismo dos suínos. A digestibilidade é, inclusive, um importante fator a ser considerado.

Como a digestibilidade influencia a nutrição suína?


O farelo de soja é uma fonte vegetal que, assim como as proteínas de origem animal, também possui todos os aminoácidos essenciais. Isso não significa que todos eles estarão prontamente disponíveis para o organismo do animal. Neste tipo de matéria-prima, as proteínas encontram-se complexadas com as fibras.

Os suínos não possuem a capacidade de liberar as proteínas das fibras.

Portanto, este complexo chegará ao intestino, onde será fermentado pelas bactérias. Essa fermentação resultará em um acúmulo de amônia e aminas, afetando negativamente a estrutura do intestino e diminuindo sua função digestiva e absortiva.

Apesar de o animal estar consumindo um alimento carreador de todos os aminoácidos essenciais, os mesmos não estão sendo aproveitados pelo organismo. Portanto, as proteínas contidas no produto apresentam baixa digestibilidade.

A digestibilidade pode ser definida como a proporção de nutrientes em uma dieta que é realmente utilizada pelo organismo e não é perdida nas fezes do animal.

Por isso, ao formular uma ração destinada à suinocultura, o formulador de P&D precisa conhecer as características de digestibilidade das proteínas contidas em seu produto.

Dessa forma, garante-se que todos os aminoácidos presentes são passíveis de serem absorvidos e utilizados pelo organismo do animal, sem que hajam deficiências. De nada adianta contar com uma ração altamente digestível se ela não for atrativa aos animais.

Como a palatabilidade influencia a nutrição suína?


A palatabilidade é um conceito que engloba os aspectos de sabor, aroma e textura do alimento. Ou seja, o quão atrativo determinado alimento realmente é a quem o consumirá.

Os suínos possuem em torno de 19 mil papilas gustativas, 10 mil a mais do que os seres humanos. Portanto, são extremamente sensíveis às características sensoriais das rações.

Dessa forma, formulações para suínos que possuam uma boa palatabilidade serão mais prontamente ingeridas, afetando positivamente o aumento da taxa de conversão alimentar e o desenvolvimento dos animais.

Proteína hidrolisada de frango


A proteína hidrolisada de frango (PHF) é um ingrediente que pode ser utilizado para a formulação de rações destinadas à suinocultura.

Já disponível no mercado, a PHF é produzida com matéria-prima fresca e possui baixo peso molecular, um perfil de aminoácidos balanceado e alto teor proteico.

Além disso, esse ingrediente possui ótimas características de digestibilidade e palatabilidade. A PHF é produzida pela hidrólise enzimática das proteínas de carne, vísceras e fígado de frangos. Nesse processo, as enzimas são adicionadas e a hidrólise é conduzida em condições específicas de tempo, temperatura e pH.

Ao final da hidrólise, as enzimas são inativadas e uma operação de centrifugação ou filtração é usada para separar frações insolúveis da PHF. A hidrólise enzimática é extremamente vantajosa, uma vez que permite a utilização de condições brandas de temperatura e pH para a produção da PHF. Dessa forma, não há perda de aminoácidos, resultando em um ingrediente de alta qualidade.

Neste processo também há a geração de peptídeos bioativos.  Estes são fragmentos de sequências de aminoácidos capazes de exercerem funções biológicas, como atividade antimicrobiana e antioxidante.

A eficácia da proteína hidrolisada no desenvolvimento de suínos já foi comprovada.  Um estudo conduzido em leitões desmamados demonstrou que a adição de 6% de proteína hidrolisada à dieta dos mesmos promoveu um significativo aumento no crescimento em comparação a leitões que consumiram uma dieta sem a adição deste ingrediente.

Outra vantagem da PHF é a utilização de ingredientes da indústria de carne para sua produção, promovendo a sustentabilidade do sistema, diminuindo a geração de resíduos e agregando valor a fontes proteicas não consumidas por humanos.

O uso de enzimas também traz uma maior sustentabilidade ao processo, uma vez que não há a utilização de reagentes tóxicos, como nas hidrólises ácida e alcalina.

Conclusão

A formulação de alimentos para a nutrição de suínos não é uma tarefa fácil. Aspectos como o perfil de aminoácidos e a digestibilidade dos mesmos devem ser levados em consideração para garantir um crescimento saudável, afetando de forma positiva a lucratividade da suinocultura.

Portanto, a escolha de ingredientes que irão compor este tipo de formulação deve ser cuidadosa. A proteína hidrolisada de frango apresenta-se como uma opção bastante vantajosa que, além de garantir todos os requerimentos nutricionais para os suínos, é produzida de forma ecológica através da utilização do processo enzimático.