Data: 18/02/2022

O mercado pet é um segmento em franco crescimento e, em razão disso, busca a cada dia novas formas de se especializar para atender as necessidades dos animais de companhia e de seus tutores.

A procura por uma melhor qualidade de vida não é só uma tendência entre os humanos: buscamos proporcionar uma vida mais saudável também para os nossos pets. As mudanças culturais das últimas décadas fizeram com que eles se tornassem parte da família, recebendo cuidados especiais.

Isso ficou ainda mais evidente após o início da pandemia da COVID 19 e da quarentena, em que ocorreu um aumento no número de adoções de animais domésticos devido a maior necessidade das pessoas permanecerem isoladas, e a companhia de um animal poderia suprir a necessidade de socialização, além de diminuir a solidão da pessoa.

O mercado pet brasileiro faturou R$ 40,8 bilhões em 2020, segundo levantamento do Instituto Pet Brasil, ainda assim, a crise advinda da pandemia teve reflexo sobre parte dos negócios da cadeia, com cerca de 70% dos pet shops apresentando redução do faturamento em 2020, segundo levantamento do SEBRAE.

Ainda assim, a tendência é de crescimento, com cerca de 140 milhões de animais de companhia vivendo nos lares dos brasileiros atualmente, sendo 54,2 milhões de cães, 23,9 milhões de gatos, 19,1 milhões de peixes, 39,8 milhões de aves e mais 2,3 milhões de outros animais.

Um dos principais focos do crescimento desse mercado está relacionado ao papel da nutrição animal e sua influência na saúde, longevidade e qualidade de vida dos animais de companhia. Porém, a qualidade e facilitação da relação entre o pet e seu tutor também possui muita importância. Essa possibilidade se dá por meio da diminuição da defecação e da redução de odores desagradáveis nas excretas e da menor perda de pêlos do animal, que podem diminuir problemas relacionados à manutenção da higiene do pet e do ambiente em que ele está — essa última característica é vista como extremamente importante pelos tutores, pois reduz o tempo dispendido com tarefas domésticas.

Dentre as diversas tendências do mercado pet na atualidade, podemos destacar os produtos ecofriendly, alimentos orgânicos, veganos, naturais e os alimentos hipoalergênicos.

De maneira geral, todos esses segmentos têm em comum a preocupação dos tutores com a saúde e bem-estar do seu animal de estimação, aliado a características sustentáveis dos produtos.

Nos últimos anos, a necessidade de controlar as alergias alimentares por métodos diferentes da prevenção estimulou o desenvolvimento de novas tecnologias. Um desses avanços foi a introdução de fórmulas de alimentos para animais de estimação contendo diferentes fontes de proteína e a incorporação de hidrolisados ​​de baixa massa molecular.

Dietas hipoalergênicas são mais frequentes na atualidade do que já foram no passado. Os fabricantes de ração têm nesse público-alvo um segmento cada vez mais exigente e disposto a investir em alimentos de qualidade comprovada.

Mas, para saber se as rações e alimentos hipoalergênicos são indicados para seu animal de companhia, precisamos descrever alguns pontos desses alimentos, definir em que momentos são indicados, como utilizá-los e as principais características que essas dietas apresentam.

O que é a alergia alimentar?

O termo alergia alimentar é usado para descrever uma resposta imunológica adversa aos alimentos. Assim, temos que a alergia alimentar nada mais é do que uma reação imunomediada determinada individualmente a um componente alimentar, que geralmente é uma fonte de proteína para cães e gatos.

O principal sinal clínico inespecífico é o prurido, que leva a arranhões, lambidas e lesões na pele. Diarreia e vômitos ocorrem com menos frequência. A maioria dos alérgenos são glicoproteínas solúveis em água com tamanho de 10 a 70 kDa e relativamente estáveis ​​ao calor, ácido e proteases. Contudo, diversos alérgenos ingeridos são glicosilados com oligossacarídeos, sendo que esses carboidratos podem estar presentes em vários tipos diferentes de proteínas e são propensas a reatividade cruzada extensa.

Para os cães, os alérgenos alimentares mais documentados se originam de carne bovina, laticínios, trigo e ovos. Em gatos, os alérgenos alimentares mais comuns são carne bovina, laticínios, peixes e cordeiro. Entretanto, como são animais carnívoros, uma base importante da alimentação de cães e gatos são as fontes alimentares proteicas, esses por isso deve-se atentar aos tipos de processamentos de ingredientes.

Diagnóstico da alergia alimentar

Em geral, o animal que está apresentando coceira ou irritação na pele, causada por ingredientes alimentares, apresenta reação imunológica, pois, seu organismo entende que determinado componente da dieta atua como um organismo que está querendo causar algum problema e ele, então, se defende.

Para realizar o diagnóstico de reações adversas a alimentos, o veterinário pode utilizar diferentes abordagens. A investigação dietética em animais de forma individual, na forma de dietas de eliminação e de refeições teste, é a ferramenta diagnóstica decisiva.

O teste de sangue para alergia alimentar envolve um alto risco de um resultado falso-positivo. Classicamente, as dietas de eliminação não são nutricionalmente completas e contêm uma fonte de proteína que é nova para o paciente — um ingrediente rico em amido.

Se a sensibilidade aos alimentos causar prurido e/ou diarreia, a dieta de eliminação induz melhora, desde que o animal não seja sensível a ela. Há recaída após a provocação com o alimento original. Os resultados dos testes de desafio com itens dietéticos individuais podem apontar para um alimento comercial adequado e completo. Alternativamente, um alimento tolerável, rotulado como hipoalergênico ou não, pode ser identificado testando.

Nos cães, de forma geral, não há predisposição à alergia alimentar por fatores como raça, idade e sexo, contudo, a imaturidade do sistema imune e a alta permeabilidade intestinal podem aumentar a prevalência de alergia alimentar em animais jovens, além disso, a baixa biodisponibilidade de proteínas pode promover o desenvolvimento de hipersensibilidade alimentar, ou seja, de alergia alimentar em cães.

Nos gatos, não há indícios de predisposição de raça, sexo ou idade para o desenvolvimento de alergia alimentar, embora haja algumas evidências de que o siamês e seus cruzamentos podem estar em risco aumentado. A alergia alimentar tende a ser mais comum em animais mais jovens, mas pode ocorrer em pacientes de qualquer idade.

Alimentos hipoalergênicos

O rótulo em alimentos para animais de estimação que indica que é hipoalergênico se refere ao alimento que controla a alergia alimentar. Alimentos hipoalergênicos para cães ou gatos, quando são bem formulados, completos e balanceados, fornecem uma boa nutrição, além de prevenir crises alérgicas.

A definição correta para hipoalergênico mostra-se como um alimento que apresenta pouca probabilidade de causar uma resposta alergênica. Esses alimentos, rotulados como hipoalergênicos, devem conter fontes selecionadas de ingredientes.

Atualmente, a grande oferta de alimentos hipoalergênicos presente no mercado pet é resultado do acompanhamento industrial das demandas que os consumidores têm. Os alimentos ingeridos pelos animais de companhia costumam ser responsabilizados por sinais como coceira e problemas intestinais, levando consequentemente ao autodiagnóstico de alergia alimentar.

Esse diagnóstico pode ainda ser reforçado pelo desaparecimento dos sinais após a troca da dieta por um alimento hipoalergênico. Compreensivelmente, o proprietário recompra a marca. Vale ressaltar que os problemas de pele ou no intestino podem melhorar após a mudança na dieta devido à recuperação espontânea, mudança de estação ou intervenções associadas.

O processo de fabricação de rações hipoalergênicas deve excluir a contaminação com componentes indesejáveis, sendo, dessa maneira, um processo mais criterioso e cuidadoso. Segundo Beynen (2014), a formulação de alimentos hipoalergênicos segue três princípios:

  • O número de ingredientes (contendo proteínas) é limitado;
  • Novas fontes de proteína são usadas;
  • Substâncias conhecidas por causar reações alérgicas são evitadas.

A maioria dos componentes alergênicos proteicos tem massa molecular acima de 10kDa (PRÉLAUD; HARVEY, 2006; DITTO, 1997). A hidrólise, quebra as proteínas em unidades menores que são unidades suficientemente pequenas, reduzindo a chance de reconhecimento imunológico por pacientes alérgicos à proteína intacta. As proteínas hidrolisadas são usadas de forma mais rotineira em dietas de eliminação e hipoalergênicas.

Nesse sentido, a BRF Ingredients possui a Proteína Hidrolisada de Frango (PHF) que é hipoalergênica pois possui 100% dos peptídeos formados abaixo de 3000Da, reduzindo a propensão de reações alérgicas, além de melhorar a digestibilidade e absorção de nutrientes.

A hidrólise enzimática é utilizada para produção desse ingrediente, o que faz com que ocorra a liberação de peptídeos de cadeia curta e aminoácidos, tornando esse alimento mais digestível e palatável ao animal de companhia. Este processo gera na Proteína Hidrolisada de Frango também peptídeos especiais, com capacidade de promover bioatividades no organismo.

O organismo animal possui enzimas que quebram a proteína em tamanhos menores para serem absorvidas. Todavia, nem sempre esse processo ocorre da forma desejada e, por essa razão, a Proteína Hidrolisada de Frango apresenta diferenciais. Esse ingrediente já possui proteínas em tamanhos menores , o que facilita a digestão, uma vez que o organismo do animal precisa de “menos esforço”. Consequentemente, esse é um benefício direto para os animais com sensibilidade alimentar.

Conclusão

A utilização de alimentos hipoalergênicos é uma das possibilidades que o tutor tem como opção para um gato ou cão alérgico. Como a alergia alimentar é um problema frequente para muitos animais, o interesse pelo assunto vem crescendo. De uma forma objetiva, a ração hipoalergênica é caracterizada por oferecer uma dieta balanceada e nutrição completa para o pet, seja cão ou gato, com o objetivo de reduzir a probabilidade de ocorrer reações alérgicas.

Outro destaque da ração hipoalergênica é a presença da Proteína Hidrolisada de Frango da BRF Ingredients, que apresenta uma massa molecular menor, reduzindo a propensão de reações alérgicas e melhora a absorção de nutrientes. Além disso, esse ingrediente apresenta peptídeos bioativos que geram funcionalidades específicas para melhorar a saúde e metabolismo animal.

Com isso, é necessário frisar que os alimentos hipoalergênicos são uma tendência para o mercado pet atual. É de fundamental importância analisar a massa molecular e as matérias-primas utilizadas nesse processo para averiguar as propriedades de cada ingrediente. Em decorrência dessa procura e da intensificação do uso, o desenvolvimento de pesquisas e tecnologias para atender essas demandas aumentará exponencialmente, promovendo ainda mais o aproveitamento dos hidrolisados proteicos nas rações de cães e gatos.